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Alceu Valença no Marco Zero – Vampira & Me segura senão eu caio.

Recife é uma coisa engraçada. Tem gente que vive em Recife, tem gente que mora em Recife, tem Recifenses, e pernambucanos.

Entre esses, que são muitos, tem gente que nunca vai sentir a cidade, e tem gente que ao primeiro respiro lá, já a sentirá. O meu Recife é a grande Recife, é Jaboatão, é Olinda, é a Conde da Boa Vista de noite, cheia de vendedores de DVD pirata, é o calor nos engarrafamentos ao meio dia.

É onde ia desde pequeno, passar as férias na casa de Tio Louro, foi onde brinquei os primeiros carnavais, e foi onde muitos de meus sobrinhos cresceram. Creio que Recife é a única cidade grande que eu gosto. Mas por mais que escreva, nunca vou conseguir por no papel o que sinto por Recife. Não sou poeta, muito menos escritor, romancista ou coisa que o valha. Marisa Monte talvez tenha conseguido alguma coisa nesse sentido ao escrever a música Pernambucobucolismo, e ainda assim, o sentimento dela é diferente do meu, que é diferente do de um Recifense… Eu sei, isso acontece o tempo todo, para todas as pessoas, em todos os lugares.

Mas as vezes, só as vezes, dá pena de quem passou por lá, e não aspirou a cidade, com tudo que ela tem, de bom e de ruim…

Pra não dizer que não falei das flores.

São João vai, São João vem… E enquanto isso, Florianópolis recebeu o 14º FAM (Forum AudioVisual do Mercosul).

Um festival com direito a exibição de filmes, curtas, e conversas com os realizadores dos filmes. Enfim, um evento cultural muito bacana. Eu não tenho nada contra a “nossa” cultura, ou o nosso São João, gosto bastante inclusive. Mas infelizmente de cultural já não há muita coisa na festa promovida no Parque do Povo, na verdade, não há faz muito tempo.

Ano passado, conversando com uma amiga espanhola que queria trabalhar no Brasil, fiz o convite para ela conhecer o Nordeste antes de decidir-se. A resposta foi clara, e melhor impossível, posso ir conhecer, mas para trabalhar prefiro a região Sul, é mais parecido com aqui, o Nordeste me parece um tanto subdesenvolvido. Em outra conversa o desfecho foi fatal, seria algo assim como o Marrocos, só que sem uma Espanha ao lado…

Uma pena, porque arte existe, até melhor incluso, mas nos é oferecido Gaviões do Forró, e Calcinhas de todas as cores durante trinta dias, sob o argumento de tomar “cachaça”, oras, “cachaça” eu tomo o ano todo, escutando música MUITO melhor…