Faca na caveira.

Terça-feira fui a uma apresentação de Tropa de Elite no Instituto de Estudos Iberoamericanos da Universidade de Salamanca, na verdade era uma aula do mestrado de Ciências Políticas da USAL, em que de 2 em 2 semanas se assiste a um filme latino americano de cunho político / social e se fazem posteriores discussões, bem lógico que só há alunos latino americanos na sala (ninguém do Brasil, afinal, pra que se preocupar com besteiras de cunho social, quando a venda da Vale é muito mais importante).

Já havia visto o filme, engraçado como a galera de outros paises (também latino americanos, também com seus problemas sociais crônicos) não enxergaram o que muitas pessoas enxergaram no Brasil, parece que se viu o filme com muito mais senso crítico talvez, talvez os alunos do mestrado tenham mais senso… Havia um cientista político da Universidade Federal de Pernambuco apresentando o filme junto a uma professora da USAL, e na verdade, críticas a parte, me chamaram a atenção duas perguntas em particular: Primeiro a de um rapaz, que perguntou se quando o traficante viu a tatuagem no braço do policial ferido, se assustou e saiu da cena do crime, não havia um certo exagero cinematográfico, pois em seu país, quando se matam policiais, isso não ocorre; logo em seguida a de uma menina, que perguntou, se o sistema é todo corrupto, a que se propõe na realidade o Bope?

Bom, a segunda questão, o cientista político respondeu muito bem, o Bope existe como um grupo para-militar de extermínio para proporcionar uma certa ilusão de segurança a elite carioca ( o “para-militar de extermínio” é por minha conta, ficou bonito, não ficou?? =)), bom, quanto a segunda pergunta, se há ou não o exagero, eu mesmo não sei dizer, o que sei é que quando se morre um policial no Brasil, com Bope ou sem Bope, também não acontece nada de extraordinário, mas o filme não mostra isso, mostra o que seria a realidade do Bope…

Pra quem não viu, vale a pena, se não morar no Brasil talvez entenda melhor o filme… hehehehehehe
Ai vai o trailler.

4 Comments

  1. andrei barros correia

    Fantástico. Observações muito perspicazes.
    Quem vê de fora não se encontra preso às condicionantes dos que estão inseridos na realidade que supostamente está retratada.

    O conflito entre polícia e traficantes, no rio, retratado neste filme, não passa de uma briga de gangues. Uma delas paga pelo estado.

  2. Antonio

    Para que valores tua propria opiniao, me parece um pouco panfletario generalizar como um grupo “para” a essa divisao: para os que ali vivem e em UNASUR, como se apresenta, ha uma quantidade de recursos bastante inferior à quantidade de humanos consumidora; logo, toda manufatura tecnológica ou mesmo dieta básica serao insuficientes, cabendo cobrar pois, o mundo civilizado local um papel mais bem de controle de natalidade tardio a essas instituiçoes oficial ou clandestina.

  3. Demetrius

    Caro Amigo Doido,
    Como não consigo te encotrar on line, vai por aqui mesmo.
    Que boa surpresa ver que você está realmente bem por aí. Quer dizer, quando me perguntam notícias tuas (que eu só tenho a partir de agora, visitando teu blog) eu sempre digo que é melhor não tê-las, porque se não foram as de alguma doidice que resultou na sua proibicao de entrar na Espanha, tudo que acontecer a partir daí será muito bom!
    Mas vejo que (como eu lembro ter dito outro dia importante) tens uma potencialidade que, tenho certeza, só vai melhorar com o que estais procurando aí: não só no Doutorado, mas na vida como um todo. Tenho muita inveja de, nessas horas, náo ser doido como você! E essa inveja vira orgulho!Abraco.

  4. Fabio Bateria

    PROMOTOR DO GAECO DE SÃO PAULO ARTUR LEMOS JUNIOR NÃO CUMPRE ACORDO COM O EX INVESTIGADOR DE POLICIA CARLOS RAMIRO CUNHA BRAZ GOMES ATUALMENTE PRESO EM TREMEMBÉ SP POR TRAFICO DE DROGAS. SEGUNDO RAMIRO ARTUR TERIA LHE OFERECIDO DENUNCIAÇÃO PREMIADA DIMINUIÇÃO DE PENA E OUTROS BENEFICIOS PARA ASSINAR VARIOS DEPOIMENTOS CONTENDO CRIMES IMPUTADOS A 26 INVESTIGADORES DE POLICIA DE SÃO PAULO. RAMIRO CONTATOU SEUS ADVOGADOS PARA RECONHECER O ERRO DE FALSAS COMUNICAÇÕES DE CRIMES E AJUIZA AÇÕES CONTRA O MP DE SP.

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