Categoria: Pessoas (Page 2 of 2)

O holandês voador.

Agora durante essa época de verão, alguns dias fomos a piscina. Aqui há piscinas públicas, muitas em toda a cidade, onde todos vão, durante o verão, aproveitar o sol e levar a família. Bom, eu Marcelo e Thiago, somos brasileiros muito atípicos, considerados assim por todos que conhecemos nas piscinas, pois estávamos sempre a procura de uma sombra, de camisa, etc, etc, etc. São ambientes muito bacanas, crianças por todas as partes, meus sobrinhos iam gostar muito, e eu me lembrei bastante deles enquanto ai estava.

Dentre o muitos turistas que visitam as piscinas, conhecemos um holandês de avô materno brasileiro. Engraçado e muito conversador, que me fez tambem recordar um pouco do povo brasileiro, com aquela nostalgia mentirosa de quem acha que o povo do Brasil é daquele jeito… Mas enfim…

No meio da conversa, perguntamos sobre as drogas na Holanda, sobre essa coisa da liberalização e etc. Como o povo do país via aquilo, enfim… Bom, a primeira coisa que ele falou, foi sobre o perigo, antes havia gente perigosa andando pelas ruas, e vendendo drogas, o termo “perigosa” que ele usou, há de ser entendido com cuidado, não eram traficantes assassinos sanguinários, era gente perigosa, como gente perigosa deve ser, assassinos são outra coisa, essa ressalva deve ser feita pelo fato de estarmos acostumados, a achar perigosos, outros tipos de meliantes.

Sobre o perigo, ele falou que essa gente parou de andar pelas ruas e inspirar medo nos locais. Passaram a ser simples… Pessoas? Depois falou sobre o consumo, e sobre a sua relação com o povo de Amsterdã, disse que os locais, claro se sentem a vontade para fazer o que lhes dê na gana, mas que para ele, assim como para a maioria, tais drogas eram uma coisa de criança, adolescentes, que experimentou quando tinha 12 (DOZE) anos e só isso… Que hoje poderia até consumir, dependendo da ocasião e da companhia, mas não gasta um tostão do próprio bolso para comprar nada.

Isso tambem me fez lembrar do Brasil, onde se usa a desculpa do consumo de drogas para as mais variadas situações violentas que ocorrem na sociedade, e quando se quer marcar um delinquente como perigoso, se usa a alcunha de drogado, seja bêbado, maconheiro ou a que se queira. Como se a droga fosse desculpa pra pessoa ser violenta e não ter educação. Sobre isso acho muito plausível o exemplo dos cachorros, que aqui todos tem e andam com eles pelas ruas, a grande maioria com uma luva de plástico para recolher a caca deles quando a fazem pela rua, estranhamente pelo numero elevado de cachorros que há, não ouvimos falar de cachorros violentos que atacam e matam outras pessoas. Ora, cachorros não matam pessoas do nada, são treinados pra isso, por pessoas sem educação, drogadas ou não.

Quando se convive com a violência, ela se torna um hábito, que as vezes sobrepuja todos os outros hábitos, e costumes, que não seriam nada demais, se não fosse a violência.

Nasceu!!!

Nasceu a primeira filha de Ricardo (meu irmão) e Márcia (minha cunhada), primeira neta de meus pais. Ontem dia 17 de maio de 2009. Dia em que se encerrou a 29ª feira do livro de Salamanca. No Brasil devem estar todos juntos no hospital babando a primeira filha / sobrinha / neta. Fiz este vídeo na feira, um teatro de bonequinhos bem legal que estava tendo, me lembrei dos meninos, bom, me lembrei de todos, mas seguramente só quem vai gostar do vídeo é Pêpê, e agora, Clara, se realmente Ricardo e Márcia já tiverem se decidido pelo nome.

Alguem ai tem idéia de como agradar uma sobrinha? Porque agora fiquei meio perdido na história do Brasil… =)

Orgulho de ser Nordestino.

Bom, algum tempo atrás (quase quando cheguei na realidade), fui a apresentação de um professor do curso de Belas Artes daqui, amigo de Aureci, que na verdade é amiga de quase todo mundo na cidade, e foi muito boa a apresentação. Bom, eu gosto de sair, para conversar sentado nas mesas por ai é uma boa, ou até ficar em casa mesmo, pois o mais importante é a conversa afinal, escutando uma boa música, tanto melhor… Bom, então nem precisa dizer que quase nunca escutava boa música quando saia pra conversar, há não ser nas minhas andanças com Rodrigo, onde conheci seu primo, Dedé, que toca tudo de Vinicius de Moraes, e Chico Buarque, e mais muitos outros, e Demetrius, que sabe muito bem até as músicas das quais gosto, e por ultimo, ir a minha casa escutar música no computador… Fora essas situações era muito difícil, infelizmente, escutar algo que se aproveitasse… Não que não tenha, pois se tem, e muito!

Bom, espantado, escutei o professor cantar, voz e violão, no melhor estilo barzinho do Brasil, não, não era uma grande produção musical, era apenas um simples voz e violão, mas enfim, cantar músicas de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, e Carlos Lyra, num português que ele se esforçava muito pra pronunciar, mas conseguia uma pronuncia quase perfeita. Pensei, pois tive que sair do Brasil, para escutar boa música brasileira, (que não fosse tocada por alguem do círculo de amizades, ou pelo computador lógico)… Ele tocou músicas de muitos paises claro, não só do Brasil, de outros paises aqui perto e também vizinhos latinos.

Então não precisa nem dizer que toda essa história de adesivos e blá blá blá, “Orgulho de ser Nordestino” ou “Orgulho de ser Brasileiro” e quaiquer tipos desses orgulhos em adesivos, bom, são uma balela sem tamanho, nem no São João, onde sou forçado a escutar todo  um sortilégio de forrós eletrônicos, por morar vizinho ao Parque do Povo, escuto muito dificilmente uma música de Jackson do Pandeiro ou de Luiz Gonzaga (nem regravada)… Isso pra falar do “São João”, orgulho de Campina Grande e de muitos que usam tal adesivo.  Escutar uma música de Carlos Lyra… Humpfff, pelo menos no São João sempre há a esperança de Gonzagão e Jackson, para Carlos Lyra não tem esperança mesmo.

Cheguei a conclusão, que, talvez, os espanhóis daqui, tenham mais orgulho de ser nordestino, que os nordestinos dai… Mas como dizem, o que há de bom no Brasil, é exportado, jogadores, frutas, e até músicas exportação, enquanto no Brasil explodem as duplas sertanejas, aqui eles tocam Carlos Lyra, Gonzagão e Jackson do Pandeiro, música tipo exportação!!!

PS: Claro que o “Orgulho de ser …” é uma balela não só por causa da música, a música foi apenas o exemplo usado nesse pequeno post, como num bom papo de boteco… =)

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